Confira 10 dicas de como fazer um projeto arquitetônico que economize mais energia

Publicado em 25/Nov/2019 às 15h41

Por Sarah C. Schmidt

e Isabela Issa, consultora em energia e sustentabilidade da Mitsidi Projetos

Vai construir a sua casa e quer garantir que ela seja planejada para economizar bastante na conta de eletricidade nos próximos 50 anos? Isso é possível! Existe uma série de medidas de eficiência energética e de conforto ambiental que podem ser levadas em conta na fase de desenvolvimento do projeto. Iluminação e ventilação natural, conforto térmico, geração de energia, lâmpadas e aparelhos mais eficientes são alguns dos itens que podem entrar nessa lista. 

Pensando nisso, preparamos uma checklist que você pode utilizar junto com seu (sua) arquiteto (a) para discutir quais estratégias podem ser aplicadas em seu projeto. 

Mas... e se você já construiu a casa e não prestou atenção nessas coisas antes? E você que comprou uma casa que não foi planejada para ser eficiente, perdeu a chance? Nem tudo está perdido! Há medidas que você pode tomar, principalmente aquelas relacionadas a aparelhos e equipamentos eficientes. E estas estratégias também poder ser utilizadas em sua reforma. Confira:

1 - Iluminação natural: Vai construir? Considere a carta solar e aproveite a iluminação natural. Em regiões mais quentes, evite a entrada de radiação direta para manter o ambiente fresco. “Usar varandas sombreadas é um bom recurso para manter a ventilação. Temos outros recursos [...], como os cobogós e brises, que também garantem sombra e o melhor aproveitamento da luz natural”, afirma a arquiteta especialista em iluminação LED Silvia Carneiro, da IRIS Luminotécnica, que também é consultora de negócios, inteligência estratégica e relacionamento às indústrias de iluminação. É  importante ficar atento à orientação cardeal: no hemisfério sul, a fachada oeste normalmente é a mais quente e a sul a mais fria.

2 - Ventilação natural: Pensar em um projeto que leve em conta possibilidades de ventilação natural é importante para o conforto e para que seja necessário utilizar menos os aparelhos de ar condicionado. Uma dica é usar a ventilação noturna no caso de muito calor, deixando as janelas abertas no período da noite para que a edificação perca a carga térmica neste período, e de manhã esteja mais fresca. 

3 - Atenção aos materiais da envoltória, pensando nas paredes:  É preciso levar em conta quando usar isolamento, quais são os melhores materiais para as diferentes zonas bioclimáticas e analisar se a parede de concreto, muito utilizada, atende os requisitos de desempenho. Neste sentido, uma dica é consultar o ProjetEEE, ferramenta que orienta a construção de edifícios sustentáveis, com informações bioclimáticas de 413 cidades brasileiras. 

4 - Atenção aos materiais da envoltória, pensando na cobertura: Esse é fator super significativo em casas, que têm área de telhado relativa maior do que prédios. As telhas de amianto aquecem muito, enquanto as telhas metálicas com recheio de poliuretano têm um desempenho muito bom. É importante considerar o poder de absorção da cobertura: cores claras são sempre bem vindas, só é preciso tomar cuidado para não causar muito ofuscamento na vizinhança. A dica, então, é dar preferência para as telhas claras, e realizar a manutenção periódica.

5 - Iluminação artificial: as lâmpadas LED são uma boa aposta: “São muito eficientes e existem muitos equipamentos com eficiência acima de 100 lumens por watt. Para quem não tem a referência para outras fontes, a eficiência de uma lâmpada com filamentos de tungstênio, tipo incandescente, não passava de 15 lumens por watt. O problema dos LEDs é que são feitos com base de luz azul, o que prejudica a percepção humana do ciclo escuro, essencial para a nossa produção hormonal. Devemos iluminar as residências com temperatura de cor quente, abaixo de 2700K (Kelvins) e de preferência com tecnologia blue dye, que tem filtros para a diminuição do espectro azul dos LEDs ”, alerta a arquiteta Silvia Carneiro.  Além disso existe a questão do ofuscamento que deve ser controlado para não danificar a visão. “O ofuscamento também é responsável pela enxaqueca. Resumindo, luz amarela e indireta é a indicada para a sua casa, se quiser ter saúde”, informa. 

6 - Cuidados com o ar-condicionado: O ideal é que a sua construção seja projetada para que os moradores utilizem menos ar-condicionado. E, no momento de escolher o aparelho, a dica é optar por aqueles que são mais eficientes, ou seja, que gastem menos energia. Dê preferência para aqueles classificados como nível “A” na Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE), ou que sejam contemplados com o Selo Procel  É importante também fazer a instalação correta dos sistemas de ar-condicionado, com carga térmica adequada, manutenção constante e uso de fluidos refrigerantes de baixo GWP (Global Warming Potential, potencial de aquecimento global, em português).  

7 - Adquira equipamentos eficientes: Além do ar-condicionado, é importante pensar nos demais equipamentos e eletrodomésticos que serão comprados e, se possível, priorizar aqueles que tenham nível A na ENCE e que contenham o Selo Procel. 

8 - Sistema de Aquecimento de Água (SAS): estes sistemas são super importantes para economizar energia. Os chuveiros elétricos são a solução mais comum para aquecimento de água, no entanto, consomem mais energia. Os aquecedores a gás são mais eficientes se considerarmos o consumo de energia, mas são combustíveis fósseis, por isso a preferência deve ser dada à energia solar. Para o SAS funcionar adequadamente e evitar o desperdício de água, entretanto, é importante ter um sistema de recirculação, de modo que a água só chegue ao chuveiro quando atingir a temperatura definida pelo usuário (como nos aquecedores a gás mais modernos). É importante também ter, preferencialmente, um boiler a gás para os dias frios, mas que complemente só o necessário para que a água atinja a temperatura definida. 

9 - Células fotovoltaicas: Se possível, vale a pena considerar também o uso de células fotovoltaicas para geração de energia elétrica. “Elas dão autonomia ao proprietário e com infraestrutura prévia, não tem custos altos na instalação”, avalia Silvia Carneiro. 

10 - Conheça mais ações:  pesquise mais estratégias adaptadas ao tipo de sua residência (casa, condomínio vertical ou horizontal) no Guia Online de Eficiência Energética em Edificações do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), e calcule a viabilidade de geração fotovoltaica de seu empreendimento aqui

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