Geladeira “A” brasileira consome cerca de 2 vezes mais que modelo idêntico em outros países

Publicado em 20/Mai/2021 às 18h08 Atualizado em 20/Mai/2021 às 18h13

Estudo, realizado pela Clasp, avalia etiquetagem e mostra como a revisão é importante em todos os cenários

Uma geladeira “A” brasileira consome cerca de 2 vezes mais do que um modelo idêntico em vários países, como Quênia e Índia. A conclusão é de um estudo feito pela Clasp, que é uma ONG internacional que trabalha para apoiar os esforços para melhorar o desempenho ambiental e energético de eletrodomésticos e equipamentos. A organização compartilha as melhores práticas internacionais e realiza pesquisas e análises para ajudar a informar o desenvolvimento de políticas econômicas de eficiência energética de aparelhos.

O relatório analisa o estado atual da etiquetagem dos refrigeradores do Brasil em relação ao resto do mundo e propõe cenários de como poderia ser, com impactos para o consumidor e a indústria nacional e o que deveria ser mudado nessa revisão. Sobre a situação atual, o que fica muito claro é que os nossos aparelhos com etiqueta “A”, aqui considerados eficientes, já não podem ser vendidos em países como o Quênia, Índia, México, EUA e Jamaica justamente porque nesses países são vistos como ineficientes. O relatório também mostra como a política de etiquetagem é fundamental para avançar na eficiência energética dos equipamentos.

A Clasp fez três cenários e mostra que a revisão da etiqueta de refrigeradores do Brasil traz benefícios importantes para o país e para o consumidor em todos eles. No mais modesto, a economia de dez anos com as geladeiras de todo o Brasil daria para atender todas as residências nos estados de Tocantins e Roraima por um ano. No cenário dois, intermediário, 10 anos de economia com a as geladeiras dariam para atender todas as residências na região Norte por um ano, com exceção do estado de Tocantins. No cenário três, que considera as recomendações do United for Efficiency (U4E), programa liderado pelas Nações Unidas, essas economias dariam para abastecer mais do que todas as residências da região Centro-oeste ou todo o consumo do setor comercial do país por um ano.

No cenário um, a economia de dez anos daria para abastecer todo o consumo de eletricidade do setor de cimento e cerâmica no ano de 2019. No cenário dois, essa economia acumulada de dez anos daria para abastecer todo o consumo de eletricidade do setor público e da indústria química, em 2019. No cenário três, daria para abastecer todo o consumo de eletricidade do setor comercial em 2019. Num cenário do “A”, seguindo o padrão de 2014 dos Estados Unidos (Energy Star), que é o cenário intermediário do estudo, o consumidor teria uma economia de R$ 1632 em dez anos, após descontar o preço a mais que pagou pela geladeira mais eficiente. Já se for da recomendação internacional para países em desenvolvimento, essa economia seria de R$ 2354.

É importante mencionar que, embora nossas geladeiras sejam tão ruins, o Inmetro estar fazendo o processo de revisão da etiquetagem de refrigeradores é muito importante. Apesar do atraso de mais de 15 anos, a política de etiquetagem é fundamental, pois é ela que garante os avanços tecnológicos e de eficiência para os consumidores e fabricantes.

Acesse aqui o estudo.

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